5 Mitos acerca da esterilização

04-02-2020

 A esterilização é um procedimento cirúrgico que impede que, tanto os machos como as fêmeas se reproduzam. Para além para impedir a gravidez indesejada, traz também outros benefícios para a sua saúde.

No entanto, existem ainda alguns mitos acerca destes procedimentos que impedem que os tutores esterilizem os seus animais. Como gostamos de manter os nossos clientes bem informados, resolvemos fazer um pequeno artigo para desmitificar algumas ideias erradas.

1. As fêmeas só devem ser esterilizadas depois de terem pelo menos uma ninhada

Esta é uma ideia antiga, e hoje em dia existem estudos mais recentes que indicam que, em termos de saúde, não existe qualquer benefício em que a cadela ou a gata tenham alguma ninhada antes de ser esterilizadas.

Uma ninhada antes da esterilização não só não traz qualquer benefício como pode inclusive não ser benéfico para o animal. As cadelas e gatas entram em cio por volta dos 6 meses de idade, sendo que nessa altura ainda são muito jovens para conseguirem prosseguir com uma gravidez saudável. Portanto, não é de todo indicado que as fêmeas fiquem prenhas logo no primeiro cio.

Por outro lado, aguardar mais cios para que o organismo da cadela se desenvolva para que aguente uma gravidez, vai levar que as oscilações hormonais decorrentes desses ciclos possam contribuir para o aparecimento de tumores mamários em idade adulta, mesmo sendo posteriormente castradas.

Sabe-se que a castração em fêmeas reduz significativamente o aparecimento de tumores mamários, sendo que o risco de desenvolver este tipo de tumor, sendo castradas antes do primeiro cio é quase nulo. O risco aumenta com o número de ciclos pelos quais a fêmea passa até ser esterilizada.

2. As fêmeas só podem ser esterilizadas depois do primeiro cio

Esta afirmação de que as fêmeas só devem ser esterilizadas depois do primeiro cio é também um mito, e vai de encontro aos estudos que indicam que os benefícios da castração são maiores se a cadela ou gato forem esterilizadas antes do primeiro cio.

3. Esterilizar o meu animal vai fazer com que fique menos ativo

A castração ou esterilização por si só não fazem com que o animal fique menos ativo nem altera a personalidade do animal.

Animais com tendência da ter comportamentos de agressividade por questões hormonais ou fugiam de casa devido aos cios, vão sim deixar de o fazer. No entanto, caso a razão do problema inicial não esteja relacionado com questões hormonais a castração não terá qualquer interferência nesse comportamento.

Acontece também que, muitas vezes, os animais são castrados numa fase jovem, em que estão prestes a entrar numa fase mais adulta da sua vida. Pelo que, por essa razão, se podem tornar menos ativos e brincalhões. Muitas vezes esta alteração de comportamento devido à fase da vida do animal é confundida pelos tutores como resultado da castração.

Assim, a teoria de que o animal castrado vai ficar mais parado e com menos energia é completamente errada.

4. Animais castrados são mais tristes

O ser humano tende a personificar os animais e como tal depreende que os animais castrados vão ficar tristes por não terem relações sexuais. Ao contrário do ser humano, nos animais o sexo é um comportamento instintivo de reprodução, que acontece devido às alterações hormonais decorrentes de cada fase do ciclo.

Por exemplo, as fêmeas apenas aceitam os machos, tanto as gatas como cadelas, numa determinada fase do seu ciclo reprodutivo, devido às influências hormonais, e não a qualquer momento.

O stress por que passam durante a altura do cio é mais prejudicial em termos de bem-estar e saúde animal do que a castração. Animais castrados envolvem-se menos em lutas, sofrem menos por stress, e acabam por ser mais felizes.

Também as fêmeas não têm qualquer necessidade psicológica de serem mães, sendo que, mais uma vez, o fazem apenas por instinto, e em alguns casos até rejeitam as próprias crias, portanto, a premissa de que as fêmeas esterilizadas são mais infelizes e sofrem por não poderem ter bebes está errada,

5. A esterilização faz com que os animais fiquem mais gordos

A esterilização leva a algumas alterações hormonais, levando a que os animais, no geral, fiquem com o seu metabolismo menos acelerado, o que pode fazer com que a tendência para engordar seja maior.

No entanto, através de uma alimentação cuidada e equilibrada é possível que o seu animal esteja castrado e com um peso perfeitamente normal.

Informe-se connosco ou com o seu médico veterinário acerca da alimentação ideal para o seu cão ou gato após a castração, e acima de tudo, cumpra as doses diárias recomendadas, para evitar o problema da obesidade e sobrepeso que cada vez mais afeta tanto pessoas como animais.



Dr.ª Patrícia Azevedo | Médica Veterinária 

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